Blue Exorcist: O Mestre da Terra

Chapter 10: Capítulo 10: "Sombras em Nordlingen"



Ao amanhecer, a equipe liderada por Keyon embarcou em uma aeronave do Vaticano rumo a Nordlingen. A cidade, conhecida por sua arquitetura medieval e cercada por campos vastos, estava agora tomada por uma energia opressiva. O relatório preliminar indicava desaparecimentos de moradores e um aumento na manifestação de demônios de baixo e médio escalão nas catacumbas locais.

Keyon sabia que esta missão seria um teste não apenas de sua liderança, mas também da capacidade de seus novos subordinados trabalharem juntos.

O grupo desembarcou em uma praça central deserta. O silêncio era inquietante, quebrado apenas pelo som de suas botas ecoando pelas ruas de pedra. O ar parecia pesado, carregado de uma aura demoníaca que envolvia a cidade.

— Parece deserto, mas não podemos baixar a guarda — disse Keyon, segurando sua espada sagrada, Crimson Fang, firmemente.

Ayla abriu seu livro de encantamentos, murmurando preces para criar uma barreira protetora ao redor do grupo enquanto caminhavam em direção às catacumbas. Kieran enviou seu corvo, Nyx, para explorar os arredores.

— Há movimento nas catacumbas. Pequenos demônios, mas estão agitados — relatou Kieran.

Keyon assentiu, olhando para Mira e Elias.

— Mira, você vai à frente com Elias para cobrir os flancos. Kieran e Ayla, mantenham a retaguarda. Eu ficarei no centro, pronto para intervir.

As catacumbas eram estreitas e escuras, com corredores que pareciam se estender infinitamente. Ayla mantinha a luz de um feitiço de purificação brilhando na ponta dos dedos, enquanto o grupo avançava em silêncio.

Logo encontraram os primeiros inimigos: Impudites, pequenos demônios de baixo escalão com corpos grotescos e dentes afiados. Mira avançou rapidamente, derrubando dois com golpes precisos de sua espada. Elias cobriu sua retaguarda, disparando sua lança-rifle para eliminar os que tentavam flanquear.

— Bom trabalho até agora, mantenham o foco — elogiou Keyon.

Os Impudites eram numerosos, mas mal organizados. A equipe conseguiu eliminá-los com eficiência crescente, mostrando o impacto do treinamento liderado por Keyon.

Mais profundamente nas catacumbas, encontraram um salão amplo, decorado com símbolos antigos que brilhavam em um tom vermelho vivo. No centro, um Fúriascar, um demônio de classe média com aparência reptiliana e longas garras, rugiu ao vê-los.

— Preparem-se! Mira, distraia-o! Elias, apoio à distância! Ayla, salmo 91! — ordenou Keyon.

O grupo respondeu rapidamente. Mira avançou para bloquear os ataques do demônio, enquanto Elias disparava projéteis encantados. Kieran enviou Nyx para distrair a criatura, enquanto Ayla recitava um encantamento que criava correntes espirituais para prender os movimentos do Fúriascar.

Embora a luta fosse intensa, a equipe conseguiu trabalhar como uma unidade. Mira desviava os ataques com agilidade, enquanto Elias atacava pontos fracos com precisão. Nyx atacava os olhos do demônio, dificultando sua visão, e as correntes de Ayla o imobilizaram o suficiente para que Keyon avançasse e desferisse o golpe final, cortando-o ao meio.

— Excelente trabalho. Vocês estão começando a entender o que significa lutar como uma equipe — disse Keyon, enquanto examinava os símbolos no salão.

Após derrotar o Fúriascar, a equipe vasculhou o salão, procurando pistas sobre a origem da energia demoníaca. Ayla examinou os símbolos no chão, enquanto Kieran e Nyx investigavam os arredores.

— Esses símbolos são antigos, mas não estão ligados a nenhuma seita conhecida. São marcas de invocação, mas muito rudimentares para algo maior — disse Ayla, franzindo a testa.

Keyon, observando atentamente, concluiu que o local parecia mais um ponto de distração do que uma base real.

— Isso não faz sentido. Por que haveria um demônio de classe média aqui, sozinho, sem um propósito claro?

— É como se estivéssemos lidando com peças isoladas de um quebra-cabeça — comentou Elias.

Apesar dos esforços do grupo, nenhuma pista concreta foi encontrada. O salão parecia propositalmente vazio, com apenas vestígios de magia demoníaca residual.

Sem mais opções, Keyon decidiu que era hora de retornar à superfície.

— Fizemos o que podíamos aqui. Vamos relatar nossas descobertas e preparar a próxima etapa.

Ao emergirem das catacumbas, o grupo parecia frustrado, especialmente Ayla, que murmurou:

— É como se estivéssemos perseguindo sombras.

Keyon colocou a mão no ombro dela, sua voz firme, mas gentil:

— Nem toda missão nos dá respostas imediatas. Às vezes, o progresso é feito em pequenos passos. Vocês fizeram bem hoje.

De volta ao quartel-general, Keyon apresentou o relatório a Mephisto e aos outros líderes.

— Não encontramos nenhuma pista concreta sobre quem ou o quê está por trás dos ataques. Apenas demônios menores e resquícios de invocação.

Mephisto sorriu enigmaticamente, como se soubesse algo que não estava disposto a compartilhar.

— Às vezes, a ausência de respostas já é uma resposta, Keyon. Continue investigando. Tenho certeza de que tudo será revelado no devido tempo.

Enquanto a equipe descansava, Keyon refletia sobre o que havia visto. Ele sabia que essa missão era apenas o começo de algo muito maior e mais perigoso. E, no fundo, sentia que o verdadeiro inimigo ainda permanecia nas sombras, esperando o momento certo para atacar.


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