Poder Nova Valiria

Chapter 13: Deuses em Valiria Parte II



Eddard Stark

 

Eddard Stark observava a cena com uma sensação de apreensão que se arrastava por cada fibra de seu ser. Seus olhos estavam fixos em Maegor, agora coroado, com a Coroa da Eternidade repousando sobre sua cabeça. O imperador de Valíria, envolto em uma aura de poder destrutivo e invencível, estava agora sendo abençoado pelos próprios deuses, cujos olhos flamejantes observavam o destino do mundo se desenrolar diante deles.

 

Os Deuses Valirianos, com suas presenças divinas, haviam descido dos céus como se viessem de um outro mundo, não mais distantes e intangíveis, mas fisicamente presentes na sala, irradiando um poder tão grande que Eddard sentiu suas mãos suando. Ele tremia, não só pelo que via, mas pela profundidade do que isso significava para o futuro dos Sete Reinos.

 

Balerion, Vaeryna e os outros deuses estavam diante de Maegor, sua bênção dada de maneira irrevogável. As palavras de Balerion ainda ecoavam em sua mente: "Conquiste os Sete Reinos e destrua a Fé dos Sete". Essas palavras estavam gravadas não só no espírito de Maegor, mas agora no destino de todos os reinos que Eddard jurara proteger.

 

A sensação de impotência o consumia. Ele, um Stark do Norte, um homem que sempre acreditou na força da honra e da justiça, agora via diante de si um homem que estava sendo guiado por deuses imortais em sua busca por destruição e vingança. Maegor não era mais um simples mortal. Ele era um avatar do poder dos deuses, um homem imbatível, que estava prestes a trazer guerra e caos para os Sete Reinos.

 

Eddard, apesar de todo o treinamento e disciplina que os Starks do Norte possuíam, não conseguia controlar o tremor que se espalhava por seu corpo. Ele sabia que o que acontecia naquela sala não era apenas um teste de poder ou de vontade. Era um prenúncio de algo muito maior, uma mudança nas fundações do mundo. O fogo dos deuses não seria facilmente apagado.

Ele olhou para a figura de Maegor, agora com os deuses ao seu redor, e pensou no que isso significava para sua própria casa, para os Stark, para o Norte. Os deuses Valirianos, antigos e poderosos, estavam escolhendo um lado, e Eddard temia que o lado escolhido fosse o fim de tudo o que ele conhecia.

"Meu Deus", murmurou para si mesmo, sua voz baixa, mas carregada de temor. "Os deuses não são mais nossos. Eles se voltaram contra os Sete Reinos."

 

Ele pensou nas palavras de Rhaella, que já não parecia mais ser a mulher que uma vez conheceu. Ela, agora, estava ao lado de Maegor, apoiando-o com a fé de uma esposa, mas também com a decisão de alguém que sabia o que viria a seguir. Ela sabia que a guerra estava acontecendo, que o poder de Maegor não seria contido.

 

Mas Eddard, como um Stark do Norte, sabia que o vento do destino já estava soprando. Ele se sentiu, com uma clareza desconcertante, que o norte estava prestes a ser arrastado para o centro da tempestade.

 

Eddard viu o olhar de Maegor — não o olhar de um homem que havia conquistado algo, mas o olhar de alguém que estava sendo consumido por uma força muito maior que ele. A guerra estava prestes a começar, e com ela, a destruição de tudo o que eles já conheciam.

 

O medo de Eddard não era apenas pela força imensurável de Maegor, mas pela sensação de que a luta pela sobrevivência agora não seria mais apenas entre homens. Ela seria entre os próprios deuses e os reinos dos homens. E, naqueles momentos, o que poderia um Stark do Norte fazer diante do fogo dos deuses?

 

Ele se virou, as palavras de Balerion ainda reverberando em sua mente, e começou a se afastar. O que quer que fosse por vir, ele sabia que seria algo que nenhum de seus ancestrais jamais descreveu. O futuro dos Sete Reinos agora estava nas mãos de Maegor, e ele sabia que a luta pela sobrevivência de sua casa, de seu povo, não seria fácil. Mas uma coisa estava clara: a guerra havia começado.

Eddard Stark

 

Eddard Stark olhou para Maegor, o homem que uma vez chamou de sobrinho, com o peso de uma culpa silenciosa apertando seu coração. Ele poderia sentir a tensão no ar, a gravidade da situação, como se o destino de Westeros já estivesse selado. Maegor, o jovem que ele prometeu proteger, agora estava diante dele como o imperador de Valíria, uma figura de poder absoluto, abençoado pelos próprios deuses.

 

Eddard lembrou, atormentado pela memória de sua irmã, a promessa que faria a ela: "Eu não fiz o suficiente por ele." Ele se perguntava se, ao ter dado liberdade demais a Jon — ou Maegor, como ele agora preferia ser chamado —, não havia falhado na tarefa que mais prezava em sua vida. Ele jurara a irmã que cuidaria de seu filho, que o protegeria dos perigos que o mundo ofereceria. Mas, ao olhar para o homem diante dele, Eddard não podia deixar de se perguntar onde ele havia falhado.

 

"Se eu pelo menos tivesse dado uma direção para ele..." lembrou Eddard com amargura, sua mente voltando para os dias em que Jon Snow, ou melhor, Maegor, estava sob seu teto. Ele se lembrou do jovem bastardo que sempre encontrou um propósito, um lugar onde se sentia parte de algo maior. Eddard, com sua honra inabalável e sua lealdade à Casa Stark, havia sido incapaz de oferecer isso de forma clara. Ele permitiu que Jon fosse para a Muralha, para se juntar aos Patrulheiros da Noite, acreditando que assim ele poderia encontrar um propósito — talvez até servir como um homem de honra para proteger o reino. "A Muralha... a Muralha..." Eddard repetia, sentindo o peso dessa decisão que agora parecia ter sido um erro fatal.

 

"Eu deveria ter impedido isso... Deveria ter marcado o caminho mais claro para ele." Agora, ele estava diante do homem que poderia destruir tudo o que ele amava, tudo o que ele jurou proteger. O fogo de Balerion brilhava nos olhos de Maegor, e Eddard sabia, com uma dor angustiante, que ele não era mais o jovem Jon Snow. Ele não era mais o sobrinho que ele poderia orientar.

 

Eddard olhou para o rosto de Maegor, tentando ver os vestígios do menino que ele conhecia, mas nada além de uma frieza impassível refletida de volta. Ele respirou fundo, a culpa esmagando-o de dentro para fora. "Agora Westeros queimará", pensou, o desespero contando com seus pensamentos. Ele sabia, no fundo, que uma guerra não poderia ser evitada. Maegor foi mais do que preparado para destruir, e ele, Eddard, não fez o suficiente para impedir.

 

Ele se disse, com um peso imenso no coração, se poderia ter feito mais. Se sua proteção tivesse sido suficiente, se ele pudesse ter dado a Maegor a orientação que ele havia solicitado, algo que o tivesse impedido de seguir esse caminho de destruição. Mas agora, o império valiriano estava novamente sem controle, e o futuro de Westeros estava nas mãos do homem que ele havia jurado proteger. Eddard sabia que nada poderia mudar o que estava por vir.

Robb Stark.

 

Robb Stark, agora de pé, observava a cena diante de si com um olhar fixo e sombrio, seu coração pesado com o que via. O homem que uma vez considerou seu irmão mais novo, Jon Snow, agora não era mais apenas um Stark. Ele foi Maegor, o Imperador de Valíria, coroado pelos deuses, escolhido para governar com o poder de chamas que consumiriam tudo à sua volta. Robb sentiu uma mistura de dor e incredulidade, como se o mundo que ele conhecia se desintegrasse diante de seus olhos.

 

Ele lembrou dos dias em Winterfell, quando Jon ainda era apenas um bastardo, vivendo sob a sombra de um nome que não era seu, buscando seu lugar no mundo. Jon, com sua lealdade, coragem e senso de honra, sempre fora alguém em quem Robb confiava, alguém com quem pudesse compartilhar seus próprios sonhos de futuro. Mas agora, ele estava diante de algo completamente diferente. Maegor, um nome que causava medo até nossos próprios deuses, estava prestes a levar o fogo aos Sete Reinos, e tudo o que Robb conhecia e amava poderia ser consumido nesse inferno.

 

"Que os Deuses Antigos nos protejam", Robb murmurou com a voz rouca, como se fosse uma oração desesperada. "Westeros queimará..."

 

Ele sentiu o peso de suas palavras, como se elas já estivessem se tornando realidade. Os Deuses Antigos, com seus antigos templos e suas florestas sagradas, deixam de ser tão distantes agora, diante da imensidão do poder de Maegor. A magia de Valíria, a coroa de fogo, e o próprio império valiriano estavam muito além de qualquer força que Robb pudesse invocar para proteger sua casa.

 

Ele olhou para Jon, ou melhor, para Maegor. A fisionomia que antes trazia um semblante de irmão agora era implacável, dura e fria, como a coroa que ele usava. A compaixão e a humanidade que Robb lembrava tinham se apagado, resultando de uma ambição imensa, uma determinação inabalável. Não era mais o irmão que ele conheceu, mas um imperador, um homem moldado pelo fogo de Balerion e pelos próprios deuses.

 

Robb sentiu um nó em sua garganta. O que restou de seu irmão foi enterrado sob camadas de poder, de vingança e destruição. Maegor não estava mais interessado em salvar Westeros ou proteger seus reinos. Ele agora estava empenhado em consumi-los, e isso significava que não havia mais espaço para a honra e a justiça que Robb prezava. A guerra não seria mais entre reis e nobres, mas entre deuses e homens.

 

A visão de Maegor, com a vitória dos deuses, empunhando o fogo de Valíria, faz Robb temer pelo futuro. Não havia mais possibilidades de conversa ou redenção. Maegor havia escolhido o seu destino, e agora a guerra que viria seria devastadora.

 

"Westeros queimará..." ele repetiu, sua voz mais firme agora, mas cheia de pesar. "E eu não sei se a neve do Norte poderá apagá-la."

Com um suspiro profundo, Robb virou-se e olhou para seus aliados. Ele sabia que sua casa, sua família, não poderia dar ao luxo de hesitar. Ele precisaria reunir forças, fortalecer Winterfell, mas também, talvez, buscar uma forma de impedir o império de Maegor de arrasar tudo. Mas uma parte dele sabia que isso talvez fosse impossível.

 

A chama de Maegor não seria facilmente apagada. E o futuro de Westeros agora estava em suas mãos. O fogo se espalhava, e Robb, com a alma apertada, sabia que teria de enfrentar um mundo muito diferente do que imaginava, um mundo em que o fogo de Valíria estava prestes a consumir tudo.

Catelyn Stark

 

Catelyn Stark olhou fixamente para Maegor, agora coroado como imperador, seu coração batendo forte no peito. O homem diante dela, aquele que um dia foi o bastardo de seu marido, o filho de Eddard Stark e uma mulher que ela nunca aceitou, era agora uma figura que causava um medo profundo em sua alma. O que ela via não era o menino frágil e inseguro que ela uma vez desprezara, mas um homem de poder absoluto, ungido pelos deuses com a Coroa da Eternidade, uma criatura capaz de arrasar os Sete Reinos com uma palavra.

 

Ele estava ali, à frente de todos, sendo abençoado pelos próprios deuses Valirianos, como se o fogo de Balerion tivesse consumido não só o império de Valíria, mas também qualquer resquício da humanidade que ele tivesse. Catelyn sentiu que o peso do passado se abater sobre ela. Ó bastardo. O filho que ela sempre olhou com desprezo, que desejou que nunca tivesse nascido, estava agora prestes a destruir tudo.

 

O pensamento de sua própria culpa, de seus próprios desejos de que ele fosse apagado da história, a atormentava. Quando ela orava aos Deuses Antigos, não era para salvar Jon Snow — ou Maegor, como ele agora se chamava — mas para que ele morresse, desaparecesse, e nunca mais ameaçasse o futuro de seus filhos. Ela queria com toda a sua alma que ele caiu no lugar de Bran, que tivesse uma perna quebrada, que fosse levada pela morte ao invés de seu verdadeiro filho.

Mas o que ela via agora não era o garoto que ela poderia ter ignorado, era o monstro que ela temia. O bastardo que ela acreditava que poderia um dia arrancar o Norte de seu filho Robb. A imagem que se formava em sua mente era de uma grande sombra, a sombra de Maegor, uma sombra que agora ameaçava cobrir tudo o que ela amava.

 

"Como ele pode estar aqui?", Catelyn murmurou para si mesma, os olhos cheios de amargura e ódio. Ela mal conseguiu entender o que acontecia. Como o menino que ela sempre desejou que desaparecesse agora era o senhor de tudo? Como ele, o maldito bastardo que sempre teve o poder de destruir a paz do Norte, estava prestes a conquistar o mundo?

 

A fúria a tomava, e o medo, um medo profundo e genuíno, começava a corroer sua vontade. Ela tinha medo de perder Robb, de perder os filhos. E agora, com Maegor coroado e abençoado pelos deuses, ela via seus pesadelos se tornando realidade. O poder do bastardo não tinha mais limites. Ele não era mais um mero rapaz que poderia ser ignorado, ou ainda banido do futuro dos Stark. Ele agora era o imperador, e ele tinha o poder de destruir tudo o que ela e sua família tinham construído.

 

O peso da sua raiva misturava-se com o medo. A lembrança dos dias em que ela orava para que ele caísse, para que o destino o tirasse do caminho de seus filhos, agora parecia cruel e irônico. O bastardo não apenas sobreviveu, mas agora se tornará o maior inimigo de sua linhagem. A lealdade dos Stark ao Norte, ao seu sangue, agora se via ameaçada por alguém que, em seus olhos, nunca deveria ter existido.

 

"Que os Deuses Antigos nos protejam", ela murmurou, a voz tensa, como uma prece amarga. "Que o Norte permaneça nosso."

Ela tremia. Não apenas de raiva, mas de um terror silencioso que cresceu dentro dela. Maegor não era apenas uma ameaça para seus filhos, ele agora era uma ameaça que poderia destruir o equilíbrio de tudo o que ela conhecia. O medo tomou seu coração com a certeza de que o bastardo, agora imperador, traria uma guerra sem fim para Westeros.

 

Os deuses antigos puderam ter sido sua única esperança. Mas agora, Catelyn se sentiu, com toda a certeza, que eles estavam distantes. O bastardo, o menino que ela tanto temera e odiara, estava prestes a trazer a escuridão. E ela sabia que nada nem ninguém poderia impedi-lo. O Norte, o seu Norte, foi preso pelas chamas de Maegor.

 

 

Sansa Stark

 

Sansa Stark observava a cena com os olhos arregalados, seu coração apertado e a mente cheia de incertezas. O homem diante dela, Maegor, que antes fora o bastardo que ela acreditava ser um irmão, agora se erguia como um imperador imbatível, coroado pelos próprios deuses Valirianos. O garoto que compartilhava a mesma casa, o mesmo sangue, que ela havia visto crescer com suas lutas, suas dores e suas virtudes, estava agora transformado em uma figura de poder absoluto, um ser que não mais era parte de sua família, mas sim uma ameaça que pairava sobre todos eles.

 

Sansa sentiu o medo de se instalar dentro dela, apertando seu peito como uma mão invisível. Ela sempre descobriu que Jon Snow — ou Maegor, como ele agora se chamava — tinha um destino maior que o dela, que o Norte, a casa Stark, seria apenas peças em um jogo muito mais vasto e perigoso. Mas nunca imaginei que o destino o levasse até aquele ponto, onde o bastardo que ela uma vez conheceu estava agora prestes a trazer uma guerra devastadora aos Sete Reinos.

 

A ideia de que ele, Jon, o jovem homem com quem ela passou tantos momentos, agora estava no centro de uma batalha que poderia destruir tudo, deixou Sansa com um nó na garganta. "O que acontecerá agora?" Pensei nela, enquanto o medo se misturava com a dor. Não era apenas o medo de Maegor conquistar o trono e trazer a destruição com sua força imensurável; Era o medo de perder a última conexão que ela tinha com sua antiga vida, com a família que ela tanto amava.

 

Ela olhou para Maegor, agora imperador, sua figura alta e imponente sob os olhos dos deuses, e se perguntou o que ele inventou. Será que ele ainda se lembrava de quem ela era? Será que o garoto que ela conheceu ainda existia dentro do imperador de fogo e destruição? Não havia mais nada que restasse daquele irmão, daquele Jon que ela considerava um amigo, que sempre tinha algo de bom, de nobre em seu coração.

 

Mas agora, ele não era mais aquele Jon Snow. Ele era Maegor, e os deuses fizeram sua escolha. Aquelas palavras que ele pronunciou com sua nova coroa, as palavras de fogo e vingança, estavam em total contraste com a imagem de segurança que Sansa havia tentado preservar.

 

O olhar de Maegor atravessou, mas ela não via mais o homem que ela conheceu. "Ele nos destruirá?" Ela sentiu uma tristeza profunda, como se estivesse presente na queda de um irmão perdido, um futuro sombrio que já não poderia ser evitado. Ela se perguntava se ele poderia ser redimido, se a segurança que ela acreditava que ainda existia dentro dele poderia ser encontrado novamente, ou se ele estava irremediavelmente perdido para sempre, consumido pelo poder de Valíria e pela vingança que os deuses lhe deram dado.

 

"Se ele falhar, se ele nos levar à destruição..." Sansa lembrou-se de uma tristeza amarga. A ideia de perder todos os que ela amava, de ver o Norte e o resto dos Sete Reinos engolidos pelo fogo de Maegor, a aterrorizava. "O que acontecerá agora?"

 

A pergunta ecoava em sua mente, sem resposta. O peso de seu destino parecia estar agora irremediavelmente ligado ao de Maegor, e Sansa sentia que o futuro estava fora de suas mãos. Tudo o que ela poderia fazer era esperar e temer, enquanto o irmão que ela nunca imaginou ser capaz de trazer o fim de tudo o que ela amava agora se erguia como um imperador, com o poder de destruir Westeros aos seus pés.

Arya Stark

 

Arya Stark observava Maegor, o homem que um dia chamara de irmão bastardo, agora transformado no imperador de Nova Valíria, e sentia uma mistura de emoções conflitantes — uma tempestade dentro dela, um turbilhão que ela mal conseguia controlar. Ele estava diante dela, com o poder absoluto e uma força que parecia vir diretamente das profundezas do fogo e da destruição, mas, por trás de tudo isso, havia uma sensação de vazio que a consumia.

 

Quando ela o olhou, Arya não viu o menino que compartilhara risos e momentos silenciosos em Winterfell, o mesmo que ainda carregava o nome de Jon Snow, perdido entre os dois mundos. Em vez disso, o que ela via agora era um imperador, seu rosto endurecido pela experiência e pela ambição, seus olhos tão intensos como as chamas que seus dragões exalavam. Ele era um estranho, e, ao mesmo tempo, uma versão distorcida daquele irmão que ela um dia conheceu.

 

Mas, ao olhar mais profundamente, ela não podia deixar de lembrar do que acontecera durante os anos em que ele esteve em Valíria. Havia algo mais, algo que ela sentia, algo que agora parecia tão irreconhecível. Ela sabia que ele se apaixonara perdidamente por Valíria e, talvez, até pelos deuses que agora ele invocava com seu poder. O império havia se tornado parte dele, e ele agora se entregava a ele com uma intensidade que a fazia questionar se ele ainda carregava algum vestígio do Jon Snow que ela conhecera, do rapaz que, apesar de tudo, parecia possuir uma centelha de humanidade.

 

Ela sentiu uma dor profunda, uma angústia que se misturava com o ressentimento. Aquele que ela conhecera, com todos os seus dilemas e dileções, fora consumido por algo muito maior, algo que ela temia mais do que qualquer outra coisa — o fogo de Valíria. E o que mais a atormentava era o afeto que ela sentia, uma paixão não declarada que ela soubera, por tanto tempo, que jamais poderia ser correspondida. Como poderia ela ter se apaixonado por ele, mesmo sabendo que ele carregava o peso de sua linhagem e do destino que lhe fora imposto? Ela, a irmã distante, que agora o via não como um irmão, mas como um homem cujo coração estava perdido no abismo de seu poder.

 

Arya sentiu que a intensidade de seu olhar não era apenas o reflexo daquilo que ele se tornara, mas também a prova de que os anos separados haviam criado uma lacuna entre eles, uma lacuna que agora parecia impossível de atravessar. Maegor, o homem diante dela, estava muito longe do garoto que ela uma vez amou como um irmão, e sua transformação parecia irreversível. O império que ele agora governava com tanta autoridade não era apenas uma extensão de sua vontade, mas uma barreira que o separava ainda mais do mundo que ela conhecia.

 

"Eu deveria ter sido mais forte... mais sábia", pensava Arya, sentindo uma dor silenciosa no fundo de seu ser. Ela queria entender o que aconteceu, o que transformou Jon Snow no homem que agora estava no poder, mas a verdade era que ele se afastara demais. E a guerra que ele trazia consigo já não tinha mais espaço para o amor, para a humanidade.

 

O rugido dos dragões lá fora, cortando o céu de Valíria, fez Arya estremecer. Ela sabia que não havia mais retorno. O que quer que acontecesse a seguir, ela teria que enfrentar não apenas o homem que um dia foi seu irmão, mas também a força destrutiva que ele agora representava.

Arya Stark

 

Arya Stark observava Maegor, o homem que já foi seu irmão bastardo, agora o imperador de Nova Valíria. Ela sentia o calor do banquete ao seu redor, o burburinho dos nobres e os sussurros que escapavam das sombras, mas sua mente estava distante. Ela olhava para ele, os olhos de Maegor agora diferentes, sombrios, como os dragões que rugiam ao longe. Arya sentiu uma inquietação profunda, algo que ela não conseguia ignorar, uma sensação de que o que restava do Jon Snow que ela conhecia estava desaparecendo a cada momento.

 

"E se eu me casar com o Jon... ou com Maegor?" A ideia parecia quase absurda, mas estava lá, persistente e dolorosa. "Ele pouparia os Sete Reinos do fogo dos dragões?" O pensamento pairava no ar como um presságio sombrio. O que aconteceria com Westeros, com sua família, com tudo que ela ainda tinha? Seria uma aliança para salvar todos ou uma condenação a algo pior?

 

Ela lembrava de sua mãe, Catelyn Stark, o ódio que ela tinha por Jon, por tudo o que ele representava. Catelyn nunca soubera lidar com a verdade, com o peso da traição que ela sentia ter sido cometida contra Ned, mas o amor de Arya por Jon ainda existia, por mais que fosse misturado com dor. "Ele não mataria a minha mãe, Catelyn Stark," ela pensou, tentando encontrar uma razão para acreditar que havia algo ainda bom nele. Mas sua mente logo se encheu de raiva ao lembrar da escolha de seu pai, Eddard Stark, enviar Jon para a Muralha com apenas quatorze anos.

 

"Ele não mataria meu pai, Eddard Stark," Arya continuou, o remorso e a amargura cortando-lhe o peito. Ela se lembrou das palavras de seu pai, do sacrifício que ele fez ao permitir que Jon fosse para a Muralha, acreditando que isso era a única forma de protegê-lo de Robert Baratheon, o usurpador que havia tomado o trono. "Mas será que ele poderia ter sido poupado de tudo isso? Será que eu poderia ter feito algo para mudar?"

 

O banquete parecia distante agora, a música, os risos e as conversas se tornando um eco distante. Os olhos de Arya estavam fixos em Maegor, e ela se perguntou: "Seria ele ainda o Jon que eu amava como um irmão?" Ela sabia que o que mais a aterrorizava não era o poder de Maegor, mas a perda do Jon que ela conhecia, aquele que, mesmo sendo bastardo, sempre procurava fazer o certo.

 

Ela não sabia se a escolha que ela tivesse que fazer traria a paz que Westeros precisava, ou se ela estaria condenando tudo e todos a uma guerra que nem ela poderia prever.

Bran Stark

 

Bran Stark estava no grande salão, no banquete dos Deuses, onde os murmúrios das festas ecoavam como fantasmas no fundo de sua mente. Ele olhou para o homem à sua frente — Jon, ou melhor, Maegor, como ele agora preferia ser chamado. A imagem de Jon estava ali, mas algo havia mudado nele. O poder que irradiava, a presença ameaçadora, o fogo nos olhos. Mas para Bran, ele sempre seria o homem que o salvou, o homem que havia aparecido quando tudo parecia perdido.

 

Ele se lembrou da primeira vez que o viu, uma cena que ainda parecia ter acontecido ontem. "Ele me salvou." A voz interior de Bran murmurou. "Jon me salvou dos canibais do Povo Livre." Não foi apenas uma questão de sobrevivência, mas de humanidade, de empatia. Jon, que sempre tinha um olhar de proteção, que estendeu a mão quando o mundo estava desmoronando ao redor deles. E não foi só ele. Maegor, agora, tinha retornado para salvar Bran e Rickon quando todos pensavam que estavam perdidos, quando a Muralha se erguia entre eles e o resto do mundo.

 

Bran olhou para o homem à sua frente e refletiu: "Não foi igual ao meu irmão Robb, que se embriagou com a ideia de ser o Rei do Norte e do Tridente. Não foi igual à minha mãe, Catelyn Stark, que nos abandonou em meio a tudo isso." A lembrança de sua mãe era difícil, mais uma cicatriz na alma de Bran. Catelyn, que sempre teve seus próprios conflitos, suas próprias dores, mas que ao final, os deixou. Ela os deixou no castelo, sozinhos, em meio à guerra, com seus próprios medos, suas próprias esperanças despedaçadas.

 

Bran sentiu uma dor crescente ao pensar na suposta morte de Robb e em tudo que sua mãe, Catelyn, fez, com sua raiva e desconfiança, em relação a Jon. Mas o que ele sabia, com uma clareza assustadora, era que Maegor, ainda que uma sombra do Jon que ele conhecia, tinha sido alguém diferente, alguém que lhe deu algo que nenhum outro poderia. "Ele não me deixou." O pensamento ecoou em sua mente como uma promessa quebrada pela distância do tempo, mas ainda assim, uma promessa que tinha sido cumprida.

 

Bran sentiu o peso de sua responsabilidade, o peso de ser o único que ainda via Maegor como alguém que realmente havia sido parte de sua vida, mesmo que o império que ele governava fosse um reflexo da destruição e do fogo. Ele olhou para Maegor, para aquele homem imponente, e a velha dúvida começou a tomar forma. "Quem ele é agora? E quem fui eu para julgá-lo?"

 

Enquanto os rugidos dos dragões ecoavam no céu e o banquete prosseguia, Bran ficou perdido em seus próprios pensamentos, observando Maegor, o homem que, apesar de tudo, ainda estava ali, um farol apagado, mas ainda queimando.

Dacey Mormont

 

Dacey Mormont observava o homem diante dela com uma mistura de medo e ódio pulsando em seu peito. Maegor Targaryen, o Imperador de Valíria, o homem que tinha o poder de reduzir Westeros a cinzas, estava ali, imponente, com um olhar que parecia penetrar até a alma. A jovem Senhora da Ilha dos Ursos não conseguia desviar os olhos dele, mas também não conseguia controlar as emoções que a consumiam.

Medo.

Era inevitável. Dacey era uma guerreira, uma mulher que liderara seu povo em tempos de guerra e enfrentara homens que desdenhavam de sua força apenas por ela ser mulher. Mas Maegor era diferente. Não era apenas um homem; ele parecia algo mais. Algo que não podia ser desafiado, não podia ser superado. Os rumores sobre os dragões, sobre o fogo que ele controlava, sobre os deuses valirianos que o protegiam — tudo isso pesava em sua mente. Seu coração batia descompassado ao pensar no que ele poderia fazer com apenas uma palavra ou um gesto. Ele era a morte encarnada, e ela sabia disso.

Raiva.

Mas o medo não era a única coisa que ardia dentro dela. Dacey sentia raiva — uma fúria ardente que fazia seu sangue ferver. Raiva dele, de Maegor, por se erguer acima de todos, por acreditar que poderia governar não apenas Valíria, mas também Westeros. Raiva de seus dragões, de sua arrogância, de como ele parecia ver todos como nada mais do que peças em um jogo. E mais do que tudo, raiva de si mesma. Por quê? Porque mesmo com toda a sua coragem, mesmo com sua determinação, ela sabia que não tinha poder para detê-lo.

Ódio.

Era um ódio que crescia em sua alma cada vez que ela olhava para aquele homem. Ele simbolizava tudo o que ela desprezava: a tirania, o desprezo pelos povos livres, a destruição de tudo o que era puro e honrado. Ele havia escolhido o caminho do fogo e da ruína, e ela o odiava por isso. Odiava por ele ter o poder de destruir tudo o que ela lutou para proteger, odiava por ele ter tornado o medo tão presente em sua vida, odiava porque ele era tudo o que ela nunca poderia ser.

Vergonha.

E então, havia a vergonha. Vergonha porque, por mais que ela odiasse Maegor, por mais que ela quisesse vê-lo derrotado, havia uma parte dela que reconhecia a grandeza dele. Uma parte que temia não apenas o que ele poderia fazer, mas o que ele representava. Ele era o ápice do poder valiriano, a prova viva de que os Targaryen eram mais do que homens, mais do que meros mortais. Dacey sentia vergonha de sua impotência, de sua incapacidade de agir, de sua própria humanidade diante de algo tão monstruosamente sobre-humano.

 

Ela apertou os punhos, tentando conter a tempestade dentro de si. O que Westeros poderia fazer contra ele? Contra um homem que comandava dragões, que os deuses abençoaram com poder e que parecia inabalável?

"Eu deveria odiá-lo, deveria querer matá-lo com minhas próprias mãos," pensou ela, sua mandíbula apertada em tensão. "Mas tudo o que sinto é essa mistura nojenta de medo e impotência. É isso que ele quer, não é? Que todos nós o temamos. Que nos curvemos antes mesmo de ele ordenar."

 

Mas Dacey era uma Mormont. Uma Senhora do Norte. Ela não permitiria que o medo a dominasse, não importava quão esmagador fosse. Seus ancestrais enfrentaram os Caminhantes Brancos. Sua casa resistiu às tempestades e ao gelo. E ela resistiria a ele, mesmo que sua própria alma fosse consumida no processo.

 

Ela ergueu o olhar, encarando Maegor diretamente. Sua voz ainda estava presa em sua garganta, mas seus olhos diziam o que ela não conseguia expressar em palavras: Você não me quebrará.

 

Galbart Glover fixava o olhar em Maegor Targaryen, sua expressão dura como a pedra. O calor do salão parecia sufocante, mas o frio que o atravessava vinha de dentro. Ele havia ouvido as histórias, os rumores sobre o Imperador de Valíria, mas estar diante dele era outra coisa. Maegor parecia menos um homem e mais uma força da natureza, algo que não podia ser contido ou compreendido por completo.

Medo e cálculo.

Galbart era um estrategista, um homem acostumado a medir suas palavras e ações. Mas agora, ao encarar Maegor, sentia um medo que não conseguia suprimir completamente. Não era o tipo de medo que vinha da covardia, mas sim da percepção de que ele estava diante de algo além do controle humano. No entanto, ele não demonstraria isso. Não poderia. Sabia que homens como Maegor se alimentavam da fraqueza dos outros, e Galbart Glover não daria esse prazer a ele.

Ele manteve a postura firme, mas sua mente trabalhava incessantemente. Como enfrentamos um homem assim? Como lidamos com um imperador que comanda dragões e tem os deuses ao seu lado? Será que a resistência do Norte, nossa lealdade ao inverno e à honra, é suficiente?

Raiva reprimida.

Havia também uma raiva latente queimando em seu peito. Raiva porque Maegor parecia olhar para todos com desprezo, como se fossem menos do que ele, como se suas vidas não fossem nada além de peças em um tabuleiro que ele controlava. Raiva por estar em uma posição em que precisava medir cada palavra, cada movimento, sabendo que qualquer erro poderia significar a ruína não apenas para si, mas para toda sua casa, para todo o Norte.

Vergonha e determinação.

E, como Dacey Mormont, Galbart sentia uma ponta de vergonha. Vergonha por não ter respostas. Por saber que, apesar de sua experiência e inteligência, ele não tinha ideia de como enfrentar um homem como aquele. Mas também havia determinação. Ele era um Glover, um homem do Norte, e o Norte não se curvava tão facilmente. Mesmo diante de algo tão avassalador quanto Maegor, ele sabia que precisavam resistir.

 

Galbart endireitou os ombros e respirou fundo, deixando que suas emoções fossem remanescentes por uma máscara de neutralidade calculada. Se Maegor era um dragão, Galbart seria o gelo do Norte, inabalável e frio. Ele enfrentaria esse imperador não com força, mas com astúcia, esperando pelo momento certo para agir.

 

Seus olhos encontraram os de Maegor, e por um breve momento, o tempo pareceu parar. Em sua mente, uma promessa: Você não nos destruirá tão facilmente. O Norte é mais forte do que você imagina.

Sor Brynden Tully

 

Sor Brynden Tully observou Maegor Targaryen, e a cena diante dele parecia uma versão distorcida do que deveria ser. O homem que um dia chamou de bastardo do Lord Stark agora estava de pé diante deles, mais uma vez, mas algo de seu olhar e presença tinha mudado. Não havia mais aquele jovem inseguro que Brynden uma vez ouviu de sua sobrinha, mas sim um monstruoso forjado pelo fogo e pela ambição. A violência e o poder de Valíria estavam estampados em seus olhos, e Brynden sentiu o peso disso na carne. A força de Maegor era palpável, como se o próprio ar ao redor dele fosse mais denso, mais pesado.

Medo.

O medo se infiltrava nas veias de Brynden, não como um pânico cego, mas como uma compreensão gélida de tudo o que estavam prestes a perder. Ele viu, em sua mente, a imagem de sua irmã Catelyn, seu rosto torcido pela dor e pela raiva. Ela, que sempre foi a mais forte entre eles, agora tremia à sombra de Maegor. Ele poderia ver o medo refletido no rosto de seus sobrinhos, um medo que eles tentassem esconder, mas não conseguissem. O olhar deles, o jeito como os olhos se desviavam para o chão, revelava uma vulnerabilidade que Brynden nunca imaginou ver. O próprio poder de Maegor parecia açúcar a coragem deles, e aquilo cortava o coração de Sor Brynden. Ele queria gritar para eles, para que mantivessem a honra, para que não recuassem naquela presença aterradora. Mas ele sabia, no fundo, que nem ele mesmo sabia o que fazer. O medo estava lá, cravado em seus ossos.

Raiva.

E havia raiva. Uma raiva que queimava como fogo nos pulmões. Como ele chegou a isso? Como o sobrinho de Eddard Stark, o homem que queria fazer parte da família Stark, poderia se transformar nesse monstruoso? A raiva de Brynden não foi dirigida apenas a Maegor. Não. Era também dirigido a si mesmo, a todos eles. Como não havia sido percebido antes? Como deixou esse mal crescer nas sombras? Ele se lembrou de quando Maegor ainda era Jon Snow, o garoto bastardo, com o coração puro e a vontade de ser mais do que era. Ele poderia ter sido mais, poderia ter sido alguém que defendesse o Norte, não aquele que buscava destruí-lo. Mas agora, olhar para ele, para aquele homem, era como olhar para uma traição viva. Uma traição que corroía não só o sangue, mas também a memória de tudo o que o Norte havia representado.

Ódio.

E o ódio... o ódio por tudo o que ele havia perdido. Por sua irmã, pela casa, pela honra que agora parecia irrelevante diante do fogo que Maegor estava pronto para ser apagado. O ódio por cada decisão errada, por cada passo que o destino os forçou a dar até chegar a este ponto. Sor Brynden sentiu que, se pudesse, arrancaria aquele ódio do peito e o jogaria no fogo. Ele não sabia se o ódio o faria mais forte ou mais fraco, mas não poderia afastá-lo.

 

A visão de Maegor o desafiando, tão absoluto em seu poder, enchia Sor Brynden de uma tristeza amarga. Essa é a nossa realidade agora? Ele se disse, um lamento abafado no fundo de sua mente. Mas então surgiu um lampejo de determinação. Se for para cair, então que seja com honra. Que o sangue de todos nós queima tão forte quanto o do dragão.

 

Com um suspiro profundo, Brynden se virou para os sobrinhos e os viu mais uma vez, ainda com o medo estampado no rosto, mas também com uma centelha de resistência. Ele não os deixaria fraquejar. Não enquanto houvesse luta. Ele virou seu olhar de volta para Maegor, com ódio queimando em seu peito e a mente fria como o inverno. Se Maegor fosse mesmo um deus, então ele teria que passar pelo fogo da raiva e da honra do Norte.

Howland Reed

 

Howland Reed sentia o peso da história sobre seus ombros enquanto observava Maegor, o imperador de Valíria, erguendo-se diante dos Deuses, todos os catorze presentes na cerimônia. O brilho da Coroa da Eternidade reluzia com uma luz inusitada, como se fosse uma lâmina de fogo pronta para cortar o futuro de Westeros. Nunca pensou que veria algo tão grandioso — ou tão terrível — diante de seus olhos. Eu pensava que era um mito... uma lenda do Grande Império do Amanhecer, refletia, seu coração batendo forte no peito, o peso da revelação afligindo sua alma.

 

O Grande Império do Amanhecer, a civilização perdida de que todos falavam, mas que ninguém realmente acreditava ter existido. Mas agora, diante dele, Howland via a verdade inquestionável. Valíria e Yi-Ti, esses reinos poderosos, não eram apenas figuras do passado. Eles eram filhos desse império ancestral, como o próprio Maegor, em quem ele reconhecia a herança desses deuses antigos, uma herança misturada com fogo, poder e a promessa de destruição.

 

Maegor não era mais aquele garoto que Howland havia conhecido, mas sim uma força indomável. Ele sentia a presença do poder de Maegor como um vendaval, um rugido de dragões que ecoava através dos céus, anunciando a guerra que estava por vir. Os dragões de Maegor, aqueles monstros de escamas e fogo, pareciam dominar o horizonte, suas vozes como trovões que rasgavam o ar, prometendo devastação para qualquer um que ousasse desafiar o império. Howland podia ouvi-los, ainda que distantes, como se estivessem chamados à batalha, prontos para espalhar sua fúria.

 

Mas era quando olhava para os Deuses Antigos, para as raízes de sua própria terra, que Howland sentia uma dúvida crescente. Os deuses dos Antigos haviam sempre sido sua força, os protetores da casa Reed, dos pântanos e das árvores antigas. Seus ancestrais haviam se inclinado diante dessas entidades e, de algum modo, ele sabia que, apesar de ser um defensor da antiga fé, aqueles deuses agora pareciam tão distantes quanto as estrelas no céu. Eles estavam longe, e o que ele via à sua frente era um novo panteão, o dos Deuses de Valíria, com Maegor no centro, ostentando a coroa que agora representava o poder de todas as suas antigas glórias.

 

A terra de Valíria era agora o centro de tudo — o domínio do fogo, da destruição, e das grandes criaturas aladas. Howland sentia uma mistura de respeito e terror, porque sabia que, ali, não importava o que os antigos deuses pudessem oferecer. A terra dos Deuses de Valíria era agora a única realidade que se impunha. Essa é a terra dos deuses? se perguntava, com o olhar fixo em Maegor, com uma sensação crescente de impotência. Ele sentia que os deuses do passado não podiam mais se opor ao poder daquela coroa, que agora representava um novo ciclo — um ciclo de destruição, talvez, mas também de renascimento.

 

Enquanto os rugidos dos dragões ecoavam ao fundo, Howland sabia que as coisas nunca seriam mais as mesmas. O império valiriano estava de volta, e com ele, uma nova era de reinos e deuses. Agora, tudo estava nas mãos daquele que usava a Coroa da Eternidade — o próprio Maegor, que parecia a personificação da ambição e do fogo. E, naquele momento, Howland percebeu que não havia mais fuga. O futuro estava sendo escrito diante de seus olhos, e ele teria que fazer sua escolha.

Jeyne Westerling

 

Jeyne Westerling sentiu o peso da visão diante dela como um manto de gelo, e o ar do grande salão parecia mais pesado a cada instante. O homem à sua frente, Maegor, agora governante de Valíria, era tão diferente daquele jovem que ela conversou na corte de Winterfell. O homem que um dia foi o sobrinho de Eddard Stark, o irmão de seu marido, Robb Stark — o Rei do Norte e do Tridente . Ela se perguntava como algo tão sombrio e profundo poderia ter mudado tão drasticamente, e o que aconteceria agora com Westeros .

 

Ela olhou para ele, o imperador de Valíria, com uma mistura de incredulidade e medo. Aquele não era mais o sobrinho que ela lembrava, o jovem com o qual ela esperava o luto pela morte do Norte. O rapaz que, mesmo em sua dor, ainda parecia carregar uma centelha de humanidade, uma chama de esperança. Mas agora... agora ele era um imperador, cercado por dragões imponentes, com os olhos flamejantes de Balerion refletindo em seu olhar. Jeyne não conseguiu compreender a transição, como aquele homem se tornara um símbolo de destruição, e como seus dragões, essas bestas de fogo, eram agora o ápice de seu reinado.

 

Ela se perguntava o que Westeros faria diante dessa ameaça imensa, essa força que agora se erguia no coração do mundo. Onde estavam os reis e os exércitos que outrara protegeram os reinos? Onde estavam as defesas que ela e Robb fizeram jurado manter? O próprio Norte e a Terra Fluviais, que parecia há muito distante, agora parecia algo irreal, distante de um futuro em que ela se via sendo consumida pela sombra de Valíria.

 

Os dragões estavam em todos os lugares, grandes e majestosos, descansando nos pilares do grande salão, aqueles olhos vívidos observam cada movimento, cada suspiro. Mas o que mais apavorava não eram os dragões que estavam dentro do salão, mas o rugido distante daqueles que voavam fora, cortando o céu sobre Valíria, cujas asas batiam como trovões. O som reverberava nos ossos dela, uma lembrança constante de que o poder que Maegor possuía não era apenas um jogo de tronos ou de palavras, mas algo muito maior e muito mais perigoso.

 

Ela sentiu um arrepio na espinha. O céu de Valíria foi queimado de uma maneira única, com um cor alaranjado e dourado que remete à própria essência do poder e da destruição. Ela não sabia o que estava por vir, mas uma coisa era certa: Westeros não poderia mais ser o mesmo. O futuro estava sendo reescrito naquele instante, e ela não sabia se a história de sua casa, de sua família, ainda teria um capítulo a ser escrito. O medo, profundo e sólido, apertava seu coração.

 

Ela se disse, com amargura, se ainda teria algum lugar para ela e os Stark que restaram, ou se o mundo se curvaria diante de Maegor e seus dragões. O que você iria seguir? Uma nova era de paz, ou uma era de fogo e cinzas? Westeros estava prestes a ser engolido pelo inferno, e ela só podia assistir, impotente, ao destino se desenrolar diante dela.

Viserys Targaryen

 

Viserys Targaryen observava Maegor, o novo Imperador de Nova Valíria, com uma mistura complexa de orgulho e medo. Seus olhos brilhavam, refletindo não apenas a grandiosidade do homem diante dele, mas também o peso de sua ascensão. O orgulho que sentia por ver sua linhagem, sua casa, alcançando alturas inimagináveis, era maior do que o medo que ainda lhe apertasse o peito. "Ele é o futuro de Valíria, o filho de Balerion, os herdeiros da destruição e do renascimento." Viserys pensou consigo mesmo, admirando o poder de Maegor.

 

Era impossível não considerar o caminho que ele havia percorrido. De um menino perdido nas terras geladas do Norte, um imperador que, agora, governava com a força de dragões flamejantes e uma vontade indomável. A história da sua casa, a história de Valíria, estava sendo reescrita por ele, e Viserys sabia que não havia como escapar desse destino.

 

Mas havia algo em Maegor que fazia até o mais poderoso dos Targaryens estremecer. Ele não era mais apenas Jon Snow, o bastardo com um destino incerto. Ele era Maegor , um homem com a força de um império atrás de si, com dragões ao seu comando e uma visão que poderia consumir todo o mundo. O medo rastejava pelas veias de Viserys, mas ele se forçou a ignorá-lo. "Eu sou a linhagem dos dragões. Eu sou Targaryen." Pensava, repetindo a si mesmo, como um mantra para afastar os medos que queriam engoli-lo.

 

O orgulho era maior, porque Maegor era seu sobrinho. "Ele é o futuro dos Targaryens, são os herdeiros que tanto ansiavam." Ele viu a chama dos dragões em seus olhos, e não pôde deixar de se sentir maravilhado. "Agora, os Sete Reinos irão pagar, claro. E não será com misericórdia. Será com fogo e sangue."

 

Ele sabia que, com a força de Maegor, o equilíbrio que existia em nossos reinos estava prestes a ser alterado para sempre. "Os reinos vão sucumbir diante de sua força, e os homens irão se curvar perante a supremacia dos dragões." Viserys sentiu uma empolgação crescendo dentro de si, a motivação de um novo reinado prestes a tomar forma, mas também o conhecimento de que nada poderia mais deter esse poder.

 

O orgulho se expandia, se misturava ao temor, mas uma certeza crescia: "Agora, o fogo se espalhará. E ninguém, nem os Sete Reinos, serão seguros."

Shireen Baratheon

 

Shireen Baratheon observava Maegor, seu esposo e agora Imperador de Nova Valíria, com um misto de admiração e assombro. No grande salão iluminado por chamas dançantes, os gritos e cânticos dos sacerdotes ecoavam enquanto a cerimônia atingia seu clímax. Maegor estava sentado no trono de dragões negros fundidos, a Coroa da Eternidade repousando sobre sua cabeça — uma obra-prima de ouro e rubis que simbolizava o renascimento da glória valiriana.

 

Shireen sentia-se pequena, mas ao mesmo tempo parte de algo imenso. Vestida com um manto escarlate adornado com bordados de chamas douradas, ela parecia a personificação viva do fogo e do sangue. Ao lado de Maegor, ela era a Imperatriz, abençoada pelos próprios catorze deuses de Valíria. Os sacerdotes, em seus mantos prateados, entoavam preces antigas, uma língua há muito esquecida pelos homens comuns.

 

Enquanto o cântico sagrado subia como fumaça em direção ao alto das abóbadas, Shireen não conseguiu evitar olhar para Maegor mais uma vez. Havia algo nele que parecia quase sobre-humano. Não era apenas o poder, mas a intensidade. Ele parecia não ser apenas um homem, mas uma força da natureza moldada pelas mãos dos próprios dragões. "Este é o meu marido, o Imperador do Fogo Eterno", pensava ela, com o coração batendo mais forte.

 

A presença dos catorze deuses era quase tangível. Os sacerdotes afirmavam que o próprio Balerion havia sussurrado àqueles que os guiavam, confirmando que Maegor e Shireen eram escolhidos para unir os restos despedaçados do mundo. Os altares fumegantes ao redor do salão lançavam luzes pulsantes que faziam as escamas da coroa de Maegor brilharem como o próprio céu em chamas.

 

Enquanto os catorze sacerdotes se aproximavam para abençoar o casal imperial, Shireen ergueu a cabeça, decidida a não vacilar. Ela era uma Baratheon, uma sobrevivente das trevas que engoliram sua casa, e agora ela renascia, assim como Nova Valíria. Seus olhos encontraram os de Maegor, e ela viu neles o mesmo fogo incontrolável que parecia consumir tudo ao redor. "Juntos, somos invencíveis", ela pensou.

 

Quando o sumo sacerdote finalmente pronunciou as palavras finais da bênção, uma onda de silêncio percorreu o salão antes que os presentes explodissem em aclamações. "Valíria renasceu!", eles gritavam. "Fogo e Sangue para todos os inimigos!"

 

E, naquele instante, Shireen soube que o mundo nunca mais seria o mesmo.

Daenerys Targaryen

 

Daenerys Targaryen observava seu sobrinho, Maegor, sentado no trono de dragões negros fundidos, com a Coroa da Eternidade repousando sobre sua cabeça. Atrás dele, o imenso dragões, mantinha-se vigilante, suas escamas reluzindo à luz das chamas que preenchiam o salão. A imagem era ao mesmo tempo magnífica e aterrorizante, como se Maegor fosse a própria encarnação dos antigos senhores de Valíria.

 

No grande salão de Nova Valíria, o cenário estava repleto de poder e majestade. À medida que os cânticos valirianos ecoavam, as chamas da cerimônia iluminavam a vasta câmara, e quatro dragões imponentes estavam espalhados ao redor de Maegor, o recém-coroado Imperador de Nova Valíria. A visão de suas presenças colossais era ao mesmo tempo magnífica e aterrorizante, um reflexo do poder absoluto que agora se estendia sobre o império renascente.

 

O primeiro dragão, de escamas verdes como musgo nas florestas profundas, se movia com graça imponente ao lado do trono de Maegor. Seus olhos cor de bronze eram longos e polidos, irradiando um calor profundo, como se ele fosse capaz de derreter qualquer resistência que ousasse se aproximar. Quando ele exalava sua chama laranja e amarela, fios verdes serpenteavam pelo ar, como se a própria essência da natureza estivesse se rebelando diante do poder de sua besta.

 

O segundo dragão, com escamas negras e chifres vermelhos como sangue, parecia um monstro de pesadelo em sua verdadeira forma. Seus olhos eram dois poços vermelhos fumegantes, refletindo a ameaça constante que ele representava. Cada movimento seu emitia uma aura de destruição, como se fosse um presságio do fim iminente. Sua chama, escura e infernal, estava sempre prestes a engolir tudo ao seu redor em um mar de fogo imortal.

 

O terceiro dragão era uma criatura de beleza sublime, com escamas de cor creme que pareciam brilhar sob as chamas das velas. Seus chifres, ossos das asas e espinha linhal tinham um tom dourado que irradiava majestade. Os dentes, longos como adagas negras, cintilavam ameaçadoramente, enquanto seus olhos, como piscinas de ouro derretido, exalavam uma calma imponente. Sua chama de ouro pálido, tingida de raios vermelhos e laranja, iluminava o salão com uma luz quase celestial, lembrando todos que o império estava renascendo com toda a força da glória antiga.

 

E o quarto dragão, negro como a noite sem fim, completava o cenário. Suas escamas escuras como a própria escuridão pareciam absorver a luz, e seus olhos vermelhos eram como brasas, refletindo uma fúria que não poderia ser contida. Ele era o silêncio antes da tempestade, uma presença assustadora que lembrava que, no império de Maegor, o fogo não escolhia suas vítimas.

 

Esses dragões eram mais do que apenas bestas mitológicas; eles eram os aliados de Maegor, cada um deles representando um aspecto do império renascente. E assim, enquanto Maegor estava sentado no trono de dragões negros fundidos, a Coroa da Eternidade em sua cabeça e a força de seus dragões ao seu redor, ele era a encarnação viva do poder absoluto, a verdadeira divindade de Nova Valíria.

 

Daenerys sentia um orgulho ardente por ele. Era difícil não se maravilhar ao ver o bastardo que um dia fora chamado Jon Snow agora transformado no Imperador de Nova Valíria. Ele era mais do que apenas o herdeiro dos Targaryen — ele era a personificação do renascimento da glória antiga, o herdeiro de Balerion, o filho do fogo eterno.

 

Mas com o orgulho vinha o medo. Daenerys sempre sente um fio de inquietação em relação a Maegor, mesmo antes de sua ascensão. Ele não era apenas um guerreiro; era um arquimago, um bruxo, um alquimista. Seus conhecimentos ultrapassaram os limites do comum, e os rumores sobre os rituais que ele realizou alimentaram tanta admiração quanto terror. Com a Coroa da Eternidade agora em sua posse, o poder dele parecia rendansurável, quase divino.

 

Ela abriu as mãos com força, mantendo-se firme enquanto observava o sobrinho de equilíbrio. Seus olhos brilhavam com uma intensidade que lembrava as estrelas em meio a uma tempestade. Ele foi a culminação dos sonhos e ambições da Casa Targaryen, mas também uma força que ela mal pôde compreender. "Ele não é apenas meu sobrinho" , pensou ela, "ele é uma força indomável."

 

O silêncio no salão foi quebrado apenas pelos sacerdotes valirianos que entoavam cânticos em honra a Maegor. Cada palavra parecia vibrar no ar, ressoando com o poder ancestral dos catorze deuses. Daenerys manteve a cabeça erguida, mas seu coração batia rápido. Não era apenas o peso do momento que a afetava, mas a certeza de que, sob o comando de Maegor, o mundo mudaria de forma irreversível.

 

Por fim, ela permitiu que um sorriso leve tocasse seus lábios. "Você é a luz e as trevas, Maegor" , ela pensou. "E mesmo que eu tema o que você pode se tornar, eu sempre estarei ao seu lado. Nós somos Targaryen. Nós somos fogo e sangue."

 

E assim, enquanto Maegor aceitava as aclamações do salão, Daenerys se preparava para o que estava por vir. O futuro era incerto, mas uma coisa era clara: Nova Valíria agora tinha um imperador que ninguém ousaria desafiar.

O quarto em que Catelyn Stark estava alojada no palácio imperial de Nova Valíria era imenso, mas ainda assim parecia pequeno diante do peso esmagador dos pensamentos que ocupavam sua mente. Ela fitava a escuridão além das janelas, onde os rugidos distantes de dragões cortavam a noite. Aquele som era um lembrete constante do poder devastador que agora repousava nas mãos de Jon Snow – ou Maegor, como ele agora se intitulava.

"Quatorze anos," pensou ela, enquanto um arrepio deslizava por sua espinha. "Durante quatorze anos, odiei aquele garoto. O bastardo que eu culpava por tanto. Agora ele é um homem, e ele queimará os Sete Reinos até que reste apenas cinzas."

A imagem da destruição de Lançassolar surgiu em sua mente, tão vívida quanto os relatos que ouvia. A Casa Martell, com todo o seu orgulho e astúcia, havia sido varrida da existência. Não havia distinção entre soldados, mulheres ou crianças – todos feitos perecido sob o fogo dos dragões e o ódio incandescente de Maegor. Tudo por vingança, por Elia Martell e seus filhos, Aegon e Rhaenys, que foram brutalmente assassinados sob as ordens dos Lannisters durante a queda de Porto Real.

Catelyn não sabia o que a aterrorizava mais: o poder absoluto que Maegor agora possuía ou a ira incontrolável que alimentava cada decisão sua. Por mais que ela entenda o desejo de vingança, não poderia ignorar o horror de uma cidade inteira transformada em cinzas. Agora ele declarou uma guerra inteira em Westeros. "Eddard sempre falou de proteger os inocentes", pensou ela, "mas como proteger alguém de um homem que cavalga dragões e manipula feitiçaria como se fosse um brinquedo?"

Na sala adjacente ao grande salão imperial, Arya, Robb, Rickon, Bran e Sansa estavam reunidos junto com Howland Reed, Dacey Mormont, Galbart Glover, Sor Brynden Tully e Jeyne Westerling. A tensão no ar era quase palpável, e todos os olhos estavam fixos em Eddard Stark. Ele permanece em silêncio, com o semblante pesado e os olhos distantes, como se carregasse todo o peso do mundo sobre os ombros.

 

Arya, inquieta como sempre, corte o silêncio primeiro. "Ele realmente vai nos receber?" Sua voz tinha uma ponta de desafio, mas também de curiosidade.

 

Sansa lançou um olhar de advertência para a irmã mais nova, mas foi Howland Reed quem respondeu. "O Imperador... Maegor... convocou todos nós. Não seria sério questionar seus interesses agora."

 

"Imperador", Robb murmurou, seu tom cheio de desdém. "Jon sempre foi nosso irmão, nosso sangue. Agora, ele exige que o tratemos como algo mais."

 

"Jon não existe mais", disse Sor Brynden Tully, o Peixe Negro, com sua voz grave e direta. "O homem que conhecíamos foi consumido pelo que ele se tornou. Ele não é apenas um homem agora; é uma força, uma tempestade. Vocês precisam entender isso antes de enfrentá-lo."

 

Rickon, ainda jovem demais para compreender completamente a gravidade da situação, olhou para o pai. "O que você acha, pai?"

 

Todos os olhares se voltaram para Eddard. Ele respirou fundo, hesitando antes de responder. "Jon – ou Maegor, como ele se chama agora – sempre foi um rapaz justo. Mas o que ele fez a Lançassolar..." Ele balançou a cabeça, como se tentasse afastar a memória. "Aquele não é o Jon que conhecíamos."

 

Dacey Mormont cruzou os braços, franzindo a testa. "Então, o que fazemos? Ele quer que juremos lealdade, que aceitaremos seu domínio sobre os Sete Reinos. Vamos nos curvar a ele?"

 

"Curvar-se ou não", disse Galbart Glover, "pode ​​ser uma questão de sobrevivência. Não somos páreo para dragões. Ninguém é."

 

O silêncio voltou a dominar a sala. Cada um ponderava as palavras, mas era evidente que ninguém tinha uma resposta clara. Todos sabiam que Maegor enfrentou um poder que nenhum exército poderia derrotar. Ainda assim, ceder a ele parecia traçar tudo pelo que os Starks tinham lutado.

Quando a porta do salão imperial começou a se abrir, o som ecoando pelas paredes de pedra, todos na sala sentiram o peso do momento. Estavam prestes a encarar o homem que conheceu como Jon Snow, agora o Imperador Maegor, o senhor dos dragões, o arquimago, o conquistador que promete trazer fogo e sangue ao mundo.

FIM


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