Soul Eater: A Alabarda da Morte

Chapter 9: Capítulo 9: Um Dia de Folga



Após a missão frustrada pela interferência de Kurona, Keyon e Cleo receberam, finalmente, um merecido descanso. As missões constantes, o treinamento intenso e os confrontos com Kishins haviam exaurido tanto o corpo quanto a mente de ambos. Era hora de voltar para casa e aproveitar um raro momento de tranquilidade.

Keyon e Cleo moravam em um apartamento confortável a poucos minutos da Death Academy. O espaço refletia suas personalidades: prático, mas com toques únicos que os diferenciavam dos outros estudantes.

Na sala, uma pequena estante exibia livros de estratégias de combate e arte, misturados com algumas revistas de moda – todas escolhidas por Cleo. Um quadro na parede mostrava uma paisagem abstrata, pintada por Keyon durante uma aula de artes. A cozinha, apesar de compacta, era sempre bem equipada, já que Keyon gostava de cozinhar para os dois, enquanto Cleo apreciava experimentar os pratos.

Assim que entraram, Cleo se jogou no sofá com um suspiro profundo.

— Finalmente, um momento de paz. Estou cansada de ver almas flutuando na minha frente.

Keyon riu enquanto retirava as botas.

— Fala isso como se não tivesse devorado quase quarenta delas.

Ela o olhou com um sorriso divertido.

— E que delícia foram. Não me culpe por fazer meu trabalho direito.

Os dois decidiram passar o dia descansando. Keyon foi para a cozinha preparar algo para comer. Ele optou por um prato simples, mas saboroso: macarrão com molho picante e vegetais. Enquanto cozinhava, Cleo mudou a música no rádio para algo mais tranquilo e começou a organizar os equipamentos que haviam usado na última missão.

— Você deveria descansar de verdade, Cleo. Até as Death Scythes precisam de uma pausa.

— Não posso evitar, Keyon. Se minha alabarda está fora do lugar, eu não consigo relaxar.

Ele apenas balançou a cabeça, sorrindo, enquanto mexia a panela.

Depois do almoço, sentaram-se no sofá para assistir a alguns episódios de um programa de comédia que Cleo adorava. Keyon aproveitou para descansar a cabeça no encosto, observando Cleo rir de algo na tela. Esses momentos, embora raros, eram preciosos para ambos.

Mais tarde, enquanto o sol se punha, os dois saíram para o pequeno terraço do apartamento, onde gostavam de conversar. Cleo, com uma xícara de chá nas mãos, olhava para o horizonte.

— Você acha que estamos no caminho certo, Keyon? Faltam tão poucas almas agora… mas parece que está ficando cada vez mais difícil.

Keyon, apoiado na grade, olhou para ela com um sorriso reconfortante.

— Eu não tenho dúvidas disso. O caminho não é fácil, Cleo. Se fosse, todo mundo conseguiria uma Death Scythe.

Ela assentiu lentamente, mas ainda parecia pensativa.

— E Kurona? O que você acha dela?

Keyon ficou em silêncio por um momento. Ele havia pensado bastante na jovem Meister desde a última missão.

— Ela é talentosa, isso é óbvio. Mas não sei se admiro ou desconfio dela. Tem algo nela… uma determinação que ultrapassa limites.

Cleo estreitou os olhos, pensando no confronto com Kurona.

— Ela tem algo sombrio, Keyon. Algo que eu não gosto.

— Concordo. Mas isso só significa que temos que ficar atentos. Se cruzarmos com ela de novo, vamos estar prontos.

Enquanto o céu escurecia, Keyon e Cleo decidiram que, após a folga, intensificariam seu treinamento. A luta contra Frank Stein havia revelado suas fraquezas, e a interferência de Kurona mostrou que precisavam estar mais preparados para imprevistos.

Por agora, porém, eles aproveitaram a calma, sabendo que o próximo desafio estava sempre ao virar da esquina.

Após alguns dias de descanso, Keyon e Cleo estavam de volta à rotina agitada da Death Academy, ou Shibusen, como era amplamente conhecida. Desta vez, porém, o desafio não era um Kishin nem um treinamento físico, mas algo que deixava muitos estudantes aterrorizados: a semana de provas escritas.

Keyon não era o tipo de pessoa que se preocupava muito com provas. Embora fosse um gênio em combate, ele confiava na sua capacidade de absorver informações rapidamente e, geralmente, estudava apenas o necessário para passar. Cleo, por outro lado, era meticulosa. Mesmo sendo uma arma, ela fazia questão de garantir que sua parceria fosse impecável em todos os aspectos.

— Keyon, você já revisou as anotações de combate estratégico? — perguntou Cleo, folheando um grosso caderno cheio de esquemas e diagramas que havia feito durante as aulas.

— Claro que não. — Ele deu de ombros, recostando-se na cadeira do dormitório. — Essas provas são fáceis. Eu sei tudo na prática, então é só colocar no papel.

Cleo ergueu uma sobrancelha, claramente não convencida.

— Você diz isso agora, mas depois vai me agradecer por insistir.

— Talvez. Mas, por enquanto, que tal uma pausa? — Ele apontou para a janela. — O tempo está ótimo para um treino rápido de ressonância de almas.

— Nem pensar! — Cleo fechou o caderno e o empurrou em direção a Keyon. — Primeiro você estuda, depois treina.

Com um suspiro resignado, Keyon começou a ler as anotações, enquanto Cleo sorria vitoriosa.

A semana de provas deixava o ambiente da Shibusen mais silencioso e tenso do que o habitual. Corredores que costumavam estar cheios de estudantes animados agora estavam ocupados por pequenos grupos revisando conteúdo de última hora.

Nos intervalos entre as provas, Keyon cruzava com outros amigos, todos igualmente exaustos.

— Como foi a prova de Teoria da Ressonância, Maka? — perguntou Keyon, enquanto se sentava ao lado dela na biblioteca.

Maka suspirou, ajeitando o cabelo.

— Difícil, como sempre. O professor Stein colocou uma questão sobre a ressonância em múltiplos níveis que ninguém entendeu.

Soul, ao lado dela, apoiou o queixo na mão e revirou os olhos.

— Isso porque você tenta entender tudo. Eu só chutei e espero o melhor.

Keyon riu.

— Esse é o espírito, Soul.

Death the Kid apareceu logo depois, com Tsubaki e Black Star. Como sempre, Kid parecia impecável, mas até ele demonstrava sinais de estresse.

— A desorganização desses horários de prova é um insulto à simetria. — Ele reclamou.

— Relaxe, Kid. — Black Star deu um tapinha em suas costas. — Provas não são nada comparadas à minha grandiosidade!

Tsubaki sorriu timidamente.

— Mesmo assim, precisamos dar o nosso melhor. Afinal, as notas também contam para o nosso progresso como Meisters.

Quando chegou a hora da prova final, Keyon e Cleo estavam mais preparados do que nunca. Cleo havia conseguido manter Keyon focado nos estudos durante toda a semana, e ele, apesar de reclamar, sabia que isso faria diferença.

A sala de provas estava silenciosa, com cada estudante mergulhado em suas folhas. Keyon lia as perguntas com cuidado:

1. Explique os princípios da ligação entre Meister e arma.

2. Descreva três estratégias para combater um Kishin em evolução.

3. Qual é a importância do equilíbrio da alma durante a ressonância?

Ele sorriu para si mesmo. Mesmo sem estudar intensamente, o conteúdo parecia claro, graças às aulas práticas e às experiências em campo. Ele começou a escrever, enquanto Cleo observava da janela da sala, orgulhosa.

Quando a última prova terminou, os estudantes respiraram aliviados. A tensão foi substituída por risadas e conversas animadas. Keyon encontrou Maka, Soul, Kid e Black Star na entrada da academia, e o grupo decidiu comemorar.

— Finalmente livre! — exclamou Black Star, jogando os braços para o alto.

— Até as próximas provas. — Maka lembrou, embora sorrisse.

— Por enquanto, vamos aproveitar. — Keyon sugeriu. — Que tal um treino em grupo amanhã?

— Só se for treino de verdade. — Soul disse, enquanto caminhavam juntos. — Nada de teoria.

Cleo, ao lado de Keyon, riu.

— Acho que você já teve teoria suficiente por um bom tempo.


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