Chapter 8: Capítulo 8: Caçada na Praça
O vento assobiava pelas ruas estreitas de Yokohama enquanto as figuras encapuzadas se aproximavam lentamente. Kenshiro manteve seus olhos fixos nos dois estranhos, sentindo a aura de hostilidade que emanava deles. Havia algo metódico na maneira como eles se moviam, como predadores que cercavam a presa.
Dazai, por outro lado, parecia imperturbável. Seu sorriso tranquilo permanecia, como se estivesse assistindo a uma peça de teatro que já conhecia o final. Ele deu um passo para o lado, inclinando a cabeça para Kenshiro.
"Bom, parece que eles estão interessados em você. Eu deveria estar com ciúmes?"
Kenshiro não respondeu. Sua mão já estava no coldre lateral onde seu caderno mágico repousava, e seus olhos avaliavam os arredores. Ele sabia que as ruas de Yokohama tinham olhos em todos os cantos, e um confronto público como aquele poderia atrair atenção indesejada.
"Vai ficar aí parado, ou vai mostrar por que é tão interessante?" Dazai provocou, recostando-se preguiçosamente na fonte.
As figuras encapuzadas pararam a poucos metros de distância. O mais alto dos dois ergueu uma mão, revelando uma lâmina longa e curva que refletia a luz pálida da manhã. O menor manteve as mãos ocultas, mas Kenshiro sentiu o fluxo sutil de uma habilidade sendo preparada.
"Você é Kenshiro Ryujin," disse o homem com a lâmina, sua voz baixa e rouca. "Você tem algo que não devia. Viemos recuperar."
Kenshiro arqueou uma sobrancelha. "Se eu tenho algo tão valioso, você poderia pelo menos me dizer o que é antes de morrer tentando pegar."
O homem não respondeu. Em vez disso, avançou com a lâmina, o aço cortando o ar em um arco rápido e mortal. Kenshiro recuou um passo, o casaco preto esvoaçando atrás dele enquanto ele puxava seu caderno mágico.
Com um movimento rápido, ele abriu o livro e começou a escrever. Sua caligrafia fluía como um rio, as palavras tomando forma com velocidade. "O chão abaixo dos atacantes se transforma em raízes que os prendem."
Imediatamente, o chão da praça começou a rachar, e raízes negras e espessas emergiram, serpentando em direção aos dois agressores. O homem com a lâmina saltou para trás, esquivando-se por pouco, mas o menor não teve tanta sorte. As raízes envolveram suas pernas e braços, imobilizando-o.
"Impressionante," murmurou Dazai, observando com genuína curiosidade.
Mas o confronto estava longe de acabar. O homem com a lâmina ergueu sua arma novamente, e desta vez, ela começou a brilhar com uma luz azul intensa. Kenshiro estreitou os olhos, percebendo que ele estava canalizando sua habilidade para a lâmina.
"Interessante," Kenshiro murmurou para si mesmo. Ele rapidamente escreveu outra linha no caderno. "Uma parede de chamas azuis surge para bloquear o ataque."
Assim que o homem avançou novamente, uma barreira de fogo azul surgiu entre eles, forçando-o a parar e recuar. Kenshiro podia sentir o calor da chama, mas também sabia que precisava de algo mais eficaz.
"Você não é nada mal," disse o atacante, com um sorriso sinistro. "Mas isso não será suficiente."
Enquanto isso, Dazai observava tudo com uma expressão que misturava fascínio e tédio. Ele suspirou e finalmente se levantou.
"Bem, acho que já vi o suficiente."
Antes que Kenshiro pudesse perguntar o que ele queria dizer, Dazai caminhou casualmente em direção ao homem com a lâmina. O atacante tentou recuar, mas, com um toque simples e quase desinteressado, Dazai desativou a habilidade dele. A luz azul na lâmina desapareceu instantaneamente, como uma vela sendo apagada.
"Você... o que fez?" o homem gaguejou, atônito.
"Não se preocupe," Dazai respondeu, sorrindo. "Apenas me certifiquei de que você jogasse de forma justa."
Kenshiro ficou parado, observando a facilidade com que Dazai havia neutralizado o atacante. Ele tinha ouvido falar de uma habilidade que podia anular outras, mas ver isso em ação era outra coisa.
"O que você acha, Kenshiro?" Dazai perguntou, olhando para ele com um brilho divertido nos olhos. "Quer terminar o trabalho ou prefere deixá-los correr de volta para quem os mandou?"
Kenshiro olhou para os agressores, considerando suas opções. Ele sabia que deixar sobreviventes significava lidar com mais problemas mais tarde, mas também estava curioso sobre quem os havia enviado.
"Eu tenho perguntas," respondeu Kenshiro finalmente.
Dazai sorriu. "Ah, eu sabia que você era do tipo que gosta de respostas."
Os agressores, agora desarmados e vulneráveis, começaram a recuar, mas Kenshiro ergueu o caderno novamente. Com um movimento rápido, ele escreveu: "Correntes invisíveis prendem os fugitivos onde estão."
Imediatamente, os dois ficaram paralisados, como se amarras invisíveis os segurassem no lugar.
"Agora," Kenshiro disse, fechando o caderno e se aproximando. "Vamos conversar."
Dazai, ainda sorrindo, recostou-se novamente na fonte. "Isso vai ser divertido de assistir."